O VERBO SE FEZ CARNE E HABITOU ENTRE NÓS
1. O Verbo de Deus (João 1:1) – “No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”. João inicia seu evangelho com esta solene verdade. Diz mais: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (João 1:14). João deixa claro que o Filho de Deus, que se encontrava no seio do Pai, foi concebido pelo Espírito Santo para habitar entre nós (Sl.2:7; Is.7:14; João 1:18;3:16).
Por que João denomina-o “Verbo de Deus”? Sendo Cristo o executivo do Pai, todas as coisas vieram à existência por intermédio dEle; sem Ele, nada do que é existiria. A expressão “no princípio” transporta-nos a Gêneses 1:1. Na criação, Jesus já atuava: “Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez” (João 1:3). Portanto, o evangelista João aponta o “Verbo” como alguém que já existia desde a eternidade; não foi criado, mas gerado. Jesus “é imagem do Deus invisível o primogênito de toda a criação” (Cl.1:15). Jesus assumiu sua humanidade para revelar-nos Deus e sermos conduzidos ao Pai.
2. A encarnação do "Verbo". A encarnação é uma verdade bendita e gloriosa, é o raiar do Sol da Justiça na escuridão da história humana. O verbo se fez carne e habitou entre nós (João 1:14). Deus veio morar com o homem. Na verdade, a grande mensagem do Novo Testamento é que a vida se manifestou – “porque a vida foi manifestada, e nós a vimos, e testificamos dela, e vos anunciamos a vida eterna, que estava com o Pai e nos foi manifestada” (1João 1:2). O eterno entrou no tempo e foi manifestado aos homens. O divino fez-se humano. Aquele a quem nem os céus dos céus podiam conter deitou numa manjedoura e foi enfaixado com panos. Ele comunicou-se com os homens, fazendo-se homem. O Criador do universo nasceu entre os homens. Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo (2Co.5:18). Deus revelou-se na criação (Rm.1:20), mas a criação, por si mesma, jamais seria capaz de contar a história do amor do Criador. Deus também se revelou de maneira mais plena nas Escrituras (2Tm.3:16,17), mas a revelação mais completa e absoluta de Deus deu-se em seu Filho, Jesus Cristo. Jesus disse: "Quem me vê a mim, vê o Pai" (João 14:9).
A encarnação de Cristo mostra algumas verdades que precisamos saber:
· Mostra a eternidade de Cristo. Cristo, ao se encarnar, revela que Ele era pré-existente. Ele vivia em outro lugar antes de vir ao mundo. João antes de dizer que Ele se encarnou afirma que Ele já existia desde a eternidade e foi o Criador de tudo o que existe (João 1:1-3). A vida de Jesus não começa no ventre de Maria, e o próprio Cristo confirma isto (João 8:38,42,58; 17:5), e também Paulo (Fp.2:5-7). Portanto, Ele é eterno.
· Mostra ao mundo quem é Deus. O homem jamais viu Deus, por isso Cristo aqui revelou o caráter de Deus (João 1:18). Os atos e palavras de Jesus foram os mesmos do Pai (João 5:19,30; 8:19,28,29). Quem quisesse conhecer a Deus O veria em Jesus (João 14:7-10), pois Ele era a expressão exata do Ser de Deus (Hb.1:1-3).
· Mostra o supremo amor de Cristo. O ato da encarnação por parte de Cristo não foi uma obrigação, mas foi uma obra voluntária. Ele veio a terra para ser o sacrifício perfeito porque quis, Ele “Se” esvaziou. Não deixou de ser Deus, nem perdeu Seus poderes com este ato, mas se fez pobre para que fôssemos ricos (2Co.8:9). Tudo em Sua vida foi voluntário, até sua morte (Mc.10:45; João 6:51;10:15,17,18). Todo Seu ministério foi motivado por amor. Foi por amor que Ele, mesmo sabendo tudo o que ia acontecer consigo, aqui desceu e viveu Sua missão amando até o fim (João 13:1).
3. Por que o Verbo se fez “carne”? Observe alguns porquês da encarnação de Cristo e entenda esta necessidade.
a) Porque o ser humano nasce morto em pecado. Todos nascem em pecado, e assim em débito com Deus (Rm.3:23; 5:12; Ef.2:1-3), merecendo com isso o castigo pelo pecado, a morte eterna, que é o pagamento desta dívida (Rm.6:23a).
b) Porque não se pode ser salvo cumprindo rituais religiosos. Os esforços pessoais do ser humano de nada valem. Paulo passou boa parte de sua vida ensinando que a salvação não poderia ser alcançada cumprindo-se regras religiosas como a Lei de Moisés, por exemplo (Gl.cap.3-4). Por ter uma natureza pecaminosa (carnal) o ser humano não atinge as exigências de Deus (Rm.7:12-24;8:7,8).
c) Porque não se pode ser salvo praticando boas obras. Obras de pessoas pecadoras, mortas espiritualmente, são mortas também (Is.64:6). Só a graça de Deus proporciona a salvação (Ef.2:8-10), e esta graça veio com a encarnação de Cristo (João 1:17,18).
d) Porque Deus é amor. A encarnação de Cristo para morrer como inocente no lugar de criaturas pecadoras demonstra o grande amor de Deus. Este foi o motivo maior pelo qual Ele enviou Cristo ao mundo (João 3:16; Rm.8:39; 1Joao 4:19). Foi apenas por amor que Deus veio a terra, em Cristo se fez Emanuel (Deus conosco) (Mt.1:23). Na cruz foi concretizado esse amor.
Diante de tudo isso, podemos afirmar e acreditar quão importante foi a encarnação do Verbo de Deus. A salvação só foi realizada porque Cristo veio em carne (Ef.2:15: Cl.1:22; 1Pd.3:18;4:1). O caminho à presença de Deus foi aberto pela Sua carne (Hb.10:22). Foi por se encarnar que Ele pôde ser o Mediador entre Deus e os homens (1Tm.2:5).
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