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UMA PROMESSA DE SALVAÇÃO

UMA PROMESSA DE SALVAÇÃO


Texto Base: Gênesis 3.9-15

 "E porei inimizade entre ti e a mulher e entre atua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar" (Gn.3-15).


INTRODUÇÃO
O homem pecou de modo deliberado contra Deus, mas o Criador não o deixou entregue à sua própria sorte, já no Éden o Senhor providenciou a sua redenção mediante o sacrifício de Jesus Cristo. A promessa da Salvação é a que abre a porta para todas as demais promessas direcionadas à Igreja e individualmente a todas os crentes. Esta promessa estava no coração de Deus antes mesmo da fundação do mundo (Ap.13:8). Deus na sua onisciência sabia que o homem ia pecar, por isso arquitetou o plano mais precioso de todos os demais planos, e isto Ele deixou claro logo após a consumação do pecado pelo homem (Gn.3:15). Satanás sabia que o homem era a obra prima de Deus (Gn.1:27) e que iria substituí-lo no Éden (Ez.28:13), assim sendo intentou destituí-lo, mas o Senhor fê-lo saber a maior promessa: a Promessa da Salvação.

I. O CONCEITO BÍBLICO DE SALVAÇÃO

1. O conceito. A palavra “Salvação” significa, em primeiro lugar, ser tirado de um perigo, livrar-se, escapar. A Bíblia fala da Salvação como libertação do perigo de uma vida sem Deus (At.26:18; Cl.1:13). A tradução da palavra grega “Soterion” tem o sentido de “tornar ao estado perfeito”, ou “restaurar o que a queda causou”. Segundo o Pr. Antônio Gilberto, Salvação é uma milagrosa transformação espiritual, operada na alma e na vida – no caráter – de toda pessoa que, pela fé recebe Jesus Cristo como seu único Salvador pessoal (Ef.2:8,9; 2Co.5:17; João 1:12;3:5).

“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie”.

“Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo”.

“Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: aos que creem no seu nome”.

“Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus”.

Observe as afirmações bíblicas: “é nova criatura” (conversão) e; “tudo se fez novo” (nova vida, novo e íntegro caráter).

A Salvação não se trata apenas de livramento da condenação do Inferno; a Salvação abarca todos os atos e processos redentores, bem como transformadores da parte de Deus para com o ser humano e o mundo (isto é, a criação), através de Jesus Cristo, nesta vida e na outra (Rm.13:11; Hb.7:25; 2Co.3:18).

“E isto digo, conhecendo o tempo, que é já hora de despertarmos do sono; porque a nossa salvação está, agora, mais perto de nós do que quando aceitamos a fé”.

“Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles”.

“Mas todos nós, com cara descoberta, refletindo, como um espelho, a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória, na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor”.

Pessoalmente - isto é, em relação à pessoa -, a Salvação que Cristo realiza abrange:

- A Regeneração da pessoa, aqui e agora (Tt.3:5; 2Co.3:18).

·         “Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas, segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo”.

·         “Mas todos nós, com cara descoberta, refletindo, como um espelho, a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória, na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor”.

- A Redenção do corpo do crente, no futuro (Rm.8:23; 1Co.15:44).

·         “E não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo”.

·         “Semeia-se corpo animal, ressuscitará corpo espiritual. Se há corpo animal, há também corpo espiritual”.

 - A glorificação integral do crente, também no futuro (Cl.3:4; Ef.5:27).

·         “Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então, também vós vos manifestareis com ele em glória”.

·         “Para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível”.

2. A Promessa da Salvação no Antigo Testamento. Os 39 livros do Antigo Testamento descrevem muito mais do que a origem do universo, do homem, e da nação de Israel. Eles descrevem também as promessas divinas de redenção da humanidade. Vejamos alguns exemplos:

a) A promessa no Éden. Podemos dizer que, biblicamente, a primeira promessa messiânica deu-se no Éden, quando os nossos pais pecaram. Disse o Senhor: ”E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn.3:15).

b) A promessa tipificada na morte de um animal inocente. Um animal inocente foi morto, para cobrir a nudez de Adão e de sua mulher:  ”E fez o SENHOR Deus a Adão e à sua mulher túnicas de peles, e os vestiu” (Gn.3:21). A morte deste animal, já tipificava a morte do Senhor Jesus. Os animais que eram obrigatoriamente sacrificados para expiar os pecados, apontavam para o sacrifício substitutivo de Jesus Cristo na cruz do Calvário (Hb.10:11,12).

“Na qual vontade temos sido santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez. E assim todo sacerdote aparece cada dia, ministrando e oferecendo muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca podem tirar pecados”.

Era o oferecimento de um inocente no lugar de um culpado; uma morte não merecida, mas aceita diante de Deus para remir os pecados do povo de Deus (Hb.9:22) – “E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão”.

c) A promessa na chamada de Abraão. Deus prometeu a Abraão que, através de sua descendência, seriam benditas todas as famílias da terra: “E abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gn.12:3).

d) A Promessa por intermédio dos profetas. Diversos profetas do Antigo Testamento falaram acerca da salvação, principalmente Isaías, o profeta messiânico (Is.25:9; 45:17; 33.2; 49:8; 56:1; 62:11; Mq.7:7). O ápice da salvação no Antigo Testamento se deu com a profecia de Isaías sobre a vida e a morte do "Servo Sofredor" (Is.cap.53).

3. Salvação no Novo Testamento. No Novo Testamento, a Salvação não é apenas prometida, mas também explicada:

a) Nos Evangelhos. Os quatro primeiros livros do Novo Testamento descrevem o nascimento, vida, ministério, morte e ressurreição do Senhor Jesus. Neles encontramos as promessas divinas da salvação para a humanidade (Mt.1:21; Lc.1:69; 2:30; 3:6; 19:9; João 4:22).

b) No livro de Atos. O livro dos Atos dos Apóstolos descreve a fundação da Igreja e a expansão do cristianismo no primeiro século; nele, a promessa da salvação também está presente (At.4:12; At.13:47; 28:28).

c)  Nas Epístolas. Nas Epístolas as Doutrinas Bíblicas são fundamentadas e explicadas, principalmente, a Doutrina da Salvação (Rm.1:16; 2Co.6:2; Ef.1:13; Fp.2:12; Jd.1:3).

d) No Livro de Apocalipse. O livro de Apocalipse descreve a consumação de todas as coisas, dentre elas, a Salvação (Ap.5:9; 7:10; 12:10; 19:1).

Ainda que o pecador não mereça, por intermédio do Filho de Deus, o Pai o justifica, o perdoa, o reconcilia consigo (Rm.5:11), o adota em sua família (Gl.4:5) e faz dele uma nova criatura (2Co.5:17). Assim, o Espírito Santo capacita o crente a viver em santidade, mortificando a força do pecado, assemelhando-o com Cristo, a fim de que o nascido de novo espere, com confiança, pela salvação plena e gloriosa (Fp.3:21).

4. A Salvação - a Rainha de todas as bênçãos. A Salvação é oferecida ao homem como uma bênção, e, de forma gratuita. Porém, para Deus ela teve um preço, um altíssimo preço. Ela custou a vida de seu Filho Unigênito. Assim, para que a Salvação, a Rainha de todas as bênçãos, se tornasse possível “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça mas tenha a vida eterna” (João 3:16). Foi, pois, em Jesus, que Deus preparou a bênção da Salvação para “todo aquele que crê”. Deus quer que todo pecador receba esta bênção - “Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo Salvação a todos os homens” (Tito 2:11).

Afirmamos que a Salvação é a Rainha de todas as bênçãos porque ela é a maior de todas as bênçãos que Deus preparou para o pecador. Ela é a que teve o custo mais alto para Deus. Por isto o Senhor Jesus afirmou: “Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma?” (Mt.16:26).

Se você, meu irmão, já tomou posse desta tão grande Salvação, dê glória a Deus, e zele por ela, pois ela custou a vida do Filho de Deus.

II. A IMPORTÂNCIA DA DOUTRINA DA SALVAÇÃO

1. A grandeza da Salvação. Exorta o escritor aos Hebreus: “Como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos, depois, confirmada pelos que a ouviram” (Hb.2:3). Na redenção da humanidade, o Pai planejou a salvação, no céu (João 3:16; Gl.4:4,5); o Filho consumou-a, na Terra (João 17:4,5; 19:30); e o Espírito Santo realiza e aplica essa tão grande salvação à pessoa humana (João 16:8-11; Tt.3:5).

Por que a Salvação é grande? João 3:16 explica claramente o porquê de ela ser tão grande: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. Explicando melhor:

a) A Salvação é grande por causa da sua Procedência - “Por que Deus amou...”. A Salvação procede do coração de Deus, do seu íntimo. O Criador do universo, o Senhor dos céus e da terra, o Deus eterno, colocou o seu coração em nós e nos amou desde a fundação do mundo. Deus nos amou não por causa dos nossos méritos, mas Deus nos amou apesar dos nossos deméritos.

b) Por causa do seu Alcance. A Salvação, também, é tão grande por causa de seu alcance –“por que Deus amou o mundo…”. Deus ama a todos indistintamente. Deus não faz acepção de pessoas. Deus ama o pobre, o rico, o analfabeto, o doutor, o homem do campo e da cidade, o religioso e o não religioso. O amor de Deus não tem a sua causa em nós, tem a sua causa em seu próprio coração amoroso.

c) Por causa de sua Intensidade. Também, essa Salvação é tão grande por causa de sua intensidade – “porque Deus amou o mundo de tal…”. Deus não amou o mundo de uma maneira pequena, limitada. Deus amou o mundo ao ponto de se dar por nós, de se sacrificar por nós. Observe o que a Bíblia diz: “mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm.5:8); “nisto está o amor, não em que nós tenhamos amadoa Deus, mas em que ele nos amou a nós, e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados”(1João 4:10). O apóstolo Paulo diz que Deus não poupou o seu próprio Filho, antes por todos nós o entregou (Rm.8:32). Essa é a grandeza, esta é a intensidade do amor de Deus por você e por mim.

d) Por causa do seu Sacrifício. A Salvação, outrossim, é grande por causa do sacrifício de Cristo. O texto sagrado prossegue dizendo: “por que Deus amou o mundo de tal maneira, que deu o seu Filho unigênito…”. Deus não amou você a ponto de dar ouro e prata. Deus não amou você a ponto de dar as riquezas das entranhas da terra. Deus não amou a você a ponto de dar um anjo. Deus amou a você de tal maneira que deu o seu Filho, o seu Filho unigênito. E deu para vir ao mundo e se esvaziar de sua glória. E deu para entrar neste mundo e vestir pele humano, e aqui ser humilhado, ser esbofeteado, ser pregado na cruz. Deus jamais retrocedeu neste amor imenso, eterno, imutável, sacrifical, incondicional a nós, nesta dádiva do seu próprio Filho.

e) Por causa da sua Oportunidade. A Salvação, também, é mui grande por causa da sua oportunidade. O texto sagrado prossegue e diz: “porque Deus amou......para que todo aquele que nele crer...”. Deus providenciou a Salvação, e oferece esta Salvação: não aqueles que são religiosos; não aqueles que são sinceros; não aqueles que praticam boas obras; não aqueles que fazem penitências e sacrifícios. Diz o texto sagrado que “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho para todo aquele que nele crer”. A condição única para nós sermos salvos, para nós obtermos a vida eterna, para nós irmos para o Céu, para que o nosso nome seja escrito no livro da vida é que creiamos em Jesus Cristo. Não há outro caminho; não há outra alternativa; não há outra porta; não há outra possibilidade para nós sermos salvo.

f) Por causa do seu Livramento. A Salvação, outrossim, é mui grande por causa do seu livramento. Diz o texto sagrado: “porque deus amou o mundo de tal maneira........não pereça.Jesus estar nos alertando acerca de um perigo enorme: perecer eternamente. O que é perecer neste texto? Não é apenas morrer fisicamente; não é apenas, como muitos imaginam, serem extintos, não. Jesus fala de uma condenação eterna, de trevas exteriores, de banimento para sempre da presença de Deus. Jesus fala de uma condenação eterna. Jesus fala de um fogo que não se paga, de um bicho que não para de roer. Jesus fala de choro e ranger de dentes. Jesus fala de inferno, de condenação para sempre. Aquele que não crer vai perecer. Cristo não morreu na cruz para que os incrédulos sejam salvos, para aqueles que se rebelam contra a graça de Deus sejam salvos, mas Cristo morreu na cruz para que todo aquele que nele crer não pereça.

g) Por causa da Oferta que Deus oferece: “a vida eterna”. O texto sagrado termina dizendo: “porque Deus amou o mundo...tenha a vida eterna”. O que é a vida eterna? Não é apenas uma vida que nunca vai acabar, porque aqueles que vão para o inferno também nunca vão cessar de existir, com tormento. Vida eterna é muito mais que uma vida que nunca vai acabar. Vida eterna é uma qualidade superlativa excelente de vida, de santidade, de contentamento, de alegria, de pureza, que nunca vai terminar. É quando Deus vai enxugar de nossos olhos toda lágrima; é quando não haverá mais dor; é quando não haverá mais luta; é quando não haverá mais tristeza; é quando não haverá mais despedida; é quando não haverá mais velhice; é quando não haverá mais tropeço; é quando não haverá mais cortejo fúnebre; é quando não haverá mais cansaço; é quando estaremos com Deus e para Deus eternamente. Sem dúvida, a Salvação em Cristo é de uma grandeza sem par! Como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande Salvação?

Disse o Pr. Antônio Gilberto, e concordo com ele: “Se todos os crentes tivessem uma plena visão da Salvação, se todos pudessem ver plenamente ao longe a tão grande salvação que receberam, com certeza teriam atitudes diferentes no seu dia-a-dia. Teríamos tanto regozijo, tanta motivação, tanto entusiasmo, tanta convicção, tanto anseio e enlevo pelo Céu, que não haveria na Terra um só salvo descontente, descuidado, negligente e embaraçado com as coisas desta vida e deste mundo. Ademais, teríamos uma tão profunda compreensão do que é o Céu – e, por isso, teríamos tanto desejo de ir para lá -, que o Diabo não teria na igreja um só fã, um só admirador de suas coisas, um só aliado” (Pr. Antônio Gilberto. Soteriologia – a Doutrina da Salvação. CPAD).

2. Para compreender o que Jesus fez. A Doutrina da Salvação é importante para compreendermos o grande feito de Jesus por toda a humanidade: sua morte vicária na Cruz por toda a humanidade. Jesus nasceu para morrer. Ele nasceu para ser o nosso substituto, nosso representante, nosso fiador. Na verdade, a cruz sempre esteve incrustada na mente de Deus, em Seu coração amoroso. Jesus Cristo jamais recuou diante dessa cruz. Ele caminhou resoluto para ela como um rei caminha para sua coroação. Portanto, a cruz de Cristo além de ser um fato já planejado na eternidade, expressa para você e para mim o gesto do maior amor de Deus por nós.

Se você ainda tem dúvida do amor de Deus, entenda que não há possibilidade de nós expressarmos de forma mais eloquente e mais profunda o amor de Deus por nós do que a manifestação da cruz. Ali aconteceu o maior de todos os sacrifícios. O Filho de Deus deixou o Céu, deixou a companhia dos anjos, deixou a glória do Pai, e veio e se humilhou, se fez servo; foi perseguido, foi preso, foi insultado, foi cuspido, foi zombado, foi escarnecido, foi pregado na cruz. Com a morte de Jesus, ativou-se o contato da criatura com o Criador que fora quebrado no Éden e se tornou visível a ação de Deus na vida dos homens, de maneira que o céu, que parecia ser inatingível, tornou-se acessível aos homens por meio de Cristo Jesus. A morte de Jesus na cruz, que seria uma vitória do diabo, na verdade representou a própria derrota de Satanás.

Qualquer pecador pode ser salvo aqui e agora. Basta apenas arrepender-se de seus pecados e crer na suficiência da graça manifestada em Cristo Jesus (Rm.10:8-10). Infelizmente, há em alguns segmentos ditos evangélicos uma mentalidade herética de que é preciso o pecador cumprir algum tipo de ritual para alcançar os benefícios da graça de Deus. Alguns desses rituais são: listar todos os pecados conhecidos, confessá-los nome por nome a algum preposto sacerdote, “queimar” esses pecados em fogueiras, quebrar as chamadas maldições hereditárias e passar por um processo de purificação emocional, como se esse, sim, fosse o grande segredo guardado a sete chaves para a obtenção da salvação. Ora, a obra completa da salvação já foi consumada na cruz, é perfeita e não precisa de nenhum adendo (1Pd.2:24; Cl.1:20; Is.53:4,5,12).

3. Para se apropriar dos benefícios da Salvação. A Doutrina da Salvação também é importante para aprendermos e experimentarmos as bênçãos da Salvação. Por si só, a Salvação já é uma grande bênção, mas como promessa-mãe ela é força geratriz de muitas outras bênçãos. O apóstolo Paulo descreve com muita inspiração as muitas bênçãos da Salvação, na carta aos Efésios 1:3-14. Muitos são os benefícios da Salvação, tais como a libertação da culpa e do poder do pecado. Todavia, outros benefícios se apresentam diante de nós que aceitamos a Jesus Cristo como único e suficiente Salvador:

- A bênção da Regeneração. Regeneração ou o Novo Nascimento significa o ato sobrenatural em que o homem é gerado por Deus para ser filho (João 1:12) e participante da natureza divina (2Pd.1:4).

A - Significa vida renovada (1João 3:13,14): “Meus irmãos, não vos maravilheis, se o mundo vos odeia. Nós sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos. Quem não ama a seu irmão permanece na morte”.

B - Significa mente renovada (Rm.12:2): “E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus”.

C - Significa propósitos renovados (2Co.5:17): “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo”.

D - Significa a vontade de Deus em nossa vida (João 1:12,13): “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus”.

E - Significa despir-se do velho homem (1Co.6:20): “Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus”.

O Novo Nascimento é essencial para que o homem entre no Reino de Deus, e não ocorre por ocasião do batismo em águas nem pela vontade humana, e sim pela vontade de Deus. O homem regenerado recebe de Deus coração e espírito novos (Ez.36:26), podendo assim ter comunhão com Deus e a garantia de viver com Ele na eternidade.

- A bênção de sermos “filhos de Adoção por Jesus Cristo”(Ef.1:5). A salvação torna-nos filhos de Deus (João 1:12). Como deixamos de ter pecados, como passamos a ser considerados justos, como passamos a ter comunhão com Deus, recebemos o poder de sermos filhos de Deus, herdeiros de Deus e coerdeiros de Cristo (Rm.8:17). Enquanto estávamos nos nossos pecados, Deus não podia nos levar a essa posição tão próxima dele e marcada por tanto carinho. Por isso, o Senhor Jesus veio à Terra e, por sua morte, sepultamento e ressurreição, resolveu o problema dos nossos pecados, satisfazendo as exigências de Deus. O valor infinito do seu sacrifício no calvário providenciou a base justa sobre a qual Deus pode nos adotar como filhos. A nova vida que recebemos pelo perdão dos pecados faz com que tenhamos comunhão com Deus e o Espírito de Deus testifica com o nosso espírito, que volta a ter relacionamento com Deus, que somos filhos de Deus (Rm.8:16). Adotado por Deus, o crente é considerado como filho do Pai Celeste (1João 3:2), como irmão de Jesus (Hb.2.11), como herdeiro dos céus (Rm.8.17). De igual modo, é libertado do medo (Rm.8.15) e desfruta de segurança e certeza de vida eterna (Gl.4.5,6).

- A bênção da Redenção (Ef.1:7). Jesus pagou o preço da nossa Salvação e, por isso, nos comprou a liberdade. Este ato é conhecido por “redenção”, ou seja, “o ato de remir ou redimir”; o “resgate”, ou seja, “o ato de livrar (algo) de ônus por meio do pagamento”, o “ato de comprar para libertar”. Por isso, o apóstolo Pedro nos lembra que não fomos comprados com ouro, mas com o precioso sangue de Jesus (1Pd.1:18,19). O preço da Redenção é o seu sangue; nada mais serviria. Como fomos comprados por Cristo, libertamo-nos do jugo do pecado e, por isso, não mais estamos sob condenação, alcançamos a Justificação.

- A bênção de sermos propriedades exclusivas de Deus (Ef.1:13). Dantes estávamos mortos em nossos delitos e pecados, destituídos da glória de Deus. Agora, somos propriedade sua – “... fostes selados com o Espírito Santo”. Como “selo”, o Espírito Santo é dado ao crente como a marca ou evidência de propriedade de Deus. Ao outorgar-nos o Espírito, Deus nos marca como seus(2Co 1:22). Assim, temos a evidencia de que somos filhos adotados por Deus, e que a nossa Redenção é real, pois o Espírito Santo está presente em nossa vida(Gl.4:6).


- A bênção da garantia da nossa Herança: o Espírito Santo - “o penhor da nossa herança”(Ef.1:14). No dia em que fomos salvos, o Espírito Santo começou a revelar-nos algumas das riquezas que serão nossas em Cristo. Ajuda-nos a entender a glória vindoura. Porém, como poderemos ter a certeza de que um dia receberemos a herança toda? O Espírito Santo é a garantia divina de que pertencemos a Deus e que Ele cumprirá o que prometeu. Ele é como um pagamento inicial, um depósito ou penhor, uma assinatura que valida um contrato. Sua presença em nós demonstra a veracidade de nossa fé, prova que somos filhos de Deus e nos garante a vida Eterna. Glórias sejam dadas a Deus por todas as bênçãos que Ele nos deu através da morte vicária de nosso Senhor Cristo Jesus!

A REDENÇÃO ETERNA

A REDENÇÃO ETERNA

A Redenção é o ato ou efeito de remir ou redimir; remir significa adquirir de novo; tirar do cativeiro, do poder alheio; resgatar; indenizar, compensar, reparar, ressarcir; livrar das penas do Inferno; salvar; fazer esquecer; expiar, pagar. O Novo Testamento demonstra claramente que Jesus Cristo proporcionou a nossa redenção mediante o seu sangue, pois era impossível que o sangue dos touros e dos bodes tirasse os pecados do ser humano (cf.Hb.10:4). Cristo nos comprou de volta para Deus, e o preço foi o seu sangue – “E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir os seus selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo, e língua, e povo, e nação” (Ap.5:9). Cristo se deu a si mesmo como preço de redenção por todos (1Tm.2:6).

1. O estado perdido do pecador. O pecado prejudicou a vida interior dos seres humanos. Sem Cristo, os seres humanos estão escravos do pecado (Rm.5:12; João 8:34); estão presos e impossi­bilitados de, por si mesmos, livrarem-se dele. Os seres humanos não podem resistir ao poder do pecado, porque, moral e espiritualmente, a natureza humana é fraca e, como resultado, onde quer que exista um ser humano existe pecado e maldade. O fenômeno é tão universal que “não há justo, nem um sequer” (Rm.3:10).

Os valores morais e espirituais que governavam sobre o Universo de Deus não mais governam o coração humano natural. Os seres humanos sabem que existe algo errado com eles e desejam algo melhor. Às vezes, tentam fazer o que é bom e correto só para descobrir que a mentalidade do homem pecador é a morte (Rm.6:23). Os seres humanos precisam de uma saída da situação terrível provocada pelo pecado, e só há uma saída: a redenção em Cristo Jesus.

Imediatamente depois da queda, Deus veio ao homem; o homem tinha cometido o terrível pecado da desobediência e estava coberto de vergonha e temor. Ele foge de seu Criador e se esconde por entre a densa folhagem do jardim. Mas Deus não se esquece dele; Deus não o abandona, mas tem misericórdia dele e vai ao seu encontro, fala com ele e chama-o de volta para ter comunhão com Ele (Gn.3:7-15). Na plenitude dos tempos, Deus, pela Sua graça, envia Seu Filho unigênito ao mundo (Gl.4:4), que agora nessa dispensação de toda a raça humana, reúne uma Igreja que ele elegeu para a vida eterna, e que a preserva para a herança celestial (Ef.1:10; 1Pd.1:5).

2. A redenção do pecador. A ideia principal de redenção é tornar livre uma pessoa ou algo (uma propriedade que passou a outro dono). Na Bíblia, a redenção é a libertação de um escravo do jugo ou o livramento do mal mediante um resgate (Mt.20:28). Aqui no Ceará há uma cidade chamada redenção, onde, segundo os historiadores, aconteceu a primeira libertação dos escravos. Portanto, redenção implica resgate de alguém ou coisa pertencente a outro dono. Jesus pagou o preço da nossa salvação e, por isso, nos comprou a liberdade. Este ato é conhecido por “redenção”, ou seja, “o ato de remir ou redimir”, o “resgate”, ou seja, “o ato de livrar (algo) de ônus por meio do pagamento”, o “ato de comprar para libertar”. Não haveria nada que pagasse o preço da desobediência de quem foi criado à imagem e semelhança de Deus, o ser humano. Só o Pai, median­te seu amor gracioso, poderia prover a remissão do pecador por intermédio de seu único Filho (Gl.3:13; 1Tm.2:5,6).

Para nos redimir, Jesus pagou um alto preço; Cristo nos comprou de volta para Deus, e o preço foi o seu sangue (cf.Ap.5:9); o apóstolo Pedro afirma isto: “Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver, que por tradição recebestes dos vossos pais, mas com precioso sangue, como de um cordeiro sem defeito e sem mancha, o sangue de Cristo, o qual, na verdade, foi conhecido ainda antes da fundação do mundo, mas manifesto no fim dos tempos por amor de vós”(1Pd.1:18-20).

A Bíblia declara que não poderíamos ser redimidos sem o sacrifício de Cristo (Hb.9:22; Lv.17:11). Como fomos comprados por Cristo, libertamo-nos do jugo do pecado e, por isso, não mais estamos sob condenação, alcançamos a justificação. Por isso, bem disse o poeta sacro: “… Jesus comprou-me da escravidão, a paz eu gozo por Seu perdão. (…) Jesus comprou-me, e eu fiquei pra sempre livre da dura lei!…” (primeira parte da 2ª e 3ª estrofes do hino 13 da Harpa Cristã).

3. Uma redenção plena. Na Cruz do Calvário, quando ele declarou “Está consumado”(João 19:30), o preço da redenção estava pago, a Justiça de Deus estava satisfeita. A punição exigida pela Justiça de Deus estava concretizada sobre Jesus. Agora, nele, o homem pode ser justificado; agora, nele, o redimido é beneficiado não somente no tempo presente, mas por toda a eternidade, e o principal benefício é a garantia de estar para sempre com o Senhor na pátria celestial (João 14:1-3; Ap.19:9; Lc.23:43).

A redenção foi plena porque na Cruz do Calvário, Jesus pagou a nossa dívida que era contra nós; assim afirma o apóstolo Paulo: “Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz”(Cl.2:14). A quem foi pago esse resgate? Certamente não foi a Satanás, como pensam alguns teólogos. Não devemos nada a Satanás. O resgate (o preço ou a dívida) foi apresentado única e exclusivamente ao Deus justo, pois é a Ele que havemos ofendido com nossos pecados e delitos. Mas como não podíamos pagar semelhante resgate, Jesus apresentou-se para quitá-lo em nosso lugar. Ele pagou o preço que o caráter de Deus requeria. Podemos afirmar com segurança que Ele cancelou a nossa dívida; glória a Deus, a nossa dívida foi paga com expressivo preço! A dívida foi paga à Pessoa certa, pois que adiantaria a dívida ser paga a quem não devemos nada?. Quando da criação do homem, Satanás já era um inimigo vencido, colocado debaixo dos pés do Senhor nosso Deus. O vencido nada pode exigir do vencedor. Apenas obedecer. Satanás não pode exigir nada de Deus. Porém, não basta saber que Ele pagou nossa divida para com a Justiça de Deus, é necessário tomar posse do “recibo de quitação” da dívida; é a posse desse “recibo” que nos confere o direito de sermos justificados diante de Deus.

O VERBO SE FEZ CARNE E HABITOU ENTRE NÓS

O VERBO SE FEZ CARNE E HABITOU ENTRE NÓS

1. O Verbo de Deus (João 1:1) – “No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”. João inicia seu evangelho com esta solene verdade. Diz mais: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (João 1:14). João deixa claro que o Filho de Deus, que se encontrava no seio do Pai, foi concebido pelo Espírito Santo para habitar entre nós (Sl.2:7; Is.7:14; João 1:18;3:16).

Por que João denomina-o “Verbo de Deus”? Sendo Cristo o executivo do Pai, todas as coisas vieram à existência por intermédio dEle; sem Ele, nada do que é existiria. A expressão “no princípio” transporta-nos a Gêneses 1:1. Na criação, Jesus já atuava: “Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez” (João 1:3). Portanto, o evangelista João aponta o “Verbo” como alguém que já existia desde a eternidade; não foi criado, mas gerado. Jesus “é imagem do Deus invisível o primogênito de toda a criação” (Cl.1:15). Jesus assumiu sua humanidade para revelar-nos Deus e sermos conduzidos ao Pai.

2. A encarnação do "Verbo". A encarnação é uma verdade bendita e gloriosa, é o raiar do Sol da Justiça na escuridão da história humana. O verbo se fez carne e habitou entre nós (João 1:14). Deus veio morar com o homem. Na verdade, a grande mensagem do Novo Testamento é que a vida se manifestou – “porque a vida foi manifestada, e nós a vimos, e testificamos dela, e vos anunciamos a vida eterna, que estava com o Pai e nos foi manifestada” (1João 1:2). O eterno entrou no tempo e foi manifestado aos homens. O divino fez-se humano. Aquele a quem nem os céus dos céus podiam conter deitou numa manjedoura e foi enfaixado com panos. Ele comunicou-se com os homens, fazendo-se homem. O Criador do universo nasceu entre os homens. Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo (2Co.5:18). Deus revelou-se na criação (Rm.1:20), mas a criação, por si mesma, jamais seria capaz de contar a história do amor do Criador. Deus também se revelou de maneira mais plena nas Escrituras (2Tm.3:16,17), mas a revelação mais completa e absoluta de Deus deu-se em seu Filho, Jesus Cristo. Jesus disse: "Quem me vê a mim, vê o Pai" (João 14:9).

A encarnação de Cristo mostra algumas verdades que precisamos saber:

·    Mostra a eternidade de Cristo. Cristo, ao se encarnar, revela que Ele era pré-existente. Ele vivia em outro lugar antes de vir ao mundo. João antes de dizer que Ele se encarnou afirma que Ele já existia desde a eternidade e foi o Criador de tudo o que existe (João 1:1-3). A vida de Jesus não começa no ventre de Maria, e o próprio Cristo confirma isto (João 8:38,42,58; 17:5), e também Paulo (Fp.2:5-7). Portanto, Ele é eterno.

·    Mostra ao mundo quem é Deus. O homem jamais viu Deus, por isso Cristo aqui revelou o caráter de Deus (João 1:18). Os atos e palavras de Jesus foram os mesmos do Pai (João 5:19,30; 8:19,28,29). Quem quisesse conhecer a Deus O veria em Jesus (João 14:7-10), pois Ele era a expressão exata do Ser de Deus (Hb.1:1-3).

·    Mostra o supremo amor de Cristo. O ato da encarnação por parte de Cristo não foi uma obrigação, mas foi uma obra voluntária. Ele veio a terra para ser o sacrifício perfeito porque quis, Ele “Se” esvaziou. Não deixou de ser Deus, nem perdeu Seus poderes com este ato, mas se fez pobre para que fôssemos ricos (2Co.8:9). Tudo em Sua vida foi voluntário, até sua morte (Mc.10:45; João 6:51;10:15,17,18). Todo Seu ministério foi motivado por amor. Foi por amor que Ele, mesmo sabendo tudo o que ia acontecer consigo, aqui desceu e viveu Sua missão amando até o fim (João 13:1).

3. Por que o Verbo se fez “carne”? Observe alguns porquês da encarnação de Cristo e entenda esta necessidade.

a) Porque o ser humano nasce morto em pecado. Todos nascem em pecado, e assim em débito com Deus (Rm.3:23; 5:12; Ef.2:1-3), merecendo com isso o castigo pelo pecado, a morte eterna, que é o pagamento desta dívida (Rm.6:23a).

b) Porque não se pode ser salvo cumprindo rituais religiosos. Os esforços pessoais do ser humano de nada valem. Paulo passou boa parte de sua vida ensinando que a salvação não poderia ser alcançada cumprindo-se regras religiosas como a Lei de Moisés, por exemplo (Gl.cap.3-4). Por ter uma natureza pecaminosa (carnal) o ser humano não atinge as exigências de Deus (Rm.7:12-24;8:7,8).

c) Porque não se pode ser salvo praticando boas obras. Obras de pessoas pecadoras, mortas espiritualmente, são mortas também (Is.64:6). Só a graça de Deus proporciona a salvação (Ef.2:8-10), e esta graça veio com a encarnação de Cristo (João 1:17,18).

d) Porque Deus é amor. A encarnação de Cristo para morrer como inocente no lugar de criaturas pecadoras demonstra o grande amor de Deus. Este foi o motivo maior pelo qual Ele enviou Cristo ao mundo (João 3:16; Rm.8:39; 1Joao 4:19). Foi apenas por amor que Deus veio a terra, em Cristo se fez Emanuel (Deus conosco) (Mt.1:23). Na cruz foi concretizado esse amor.

Diante de tudo isso, podemos afirmar e acreditar quão importante foi a encarnação do Verbo de Deus. A salvação só foi realizada porque Cristo veio em carne (Ef.2:15: Cl.1:22; 1Pd.3:18;4:1). O caminho à presença de Deus foi aberto pela Sua carne (Hb.10:22). Foi por se encarnar que Ele pôde ser o Mediador entre Deus e os homens (1Tm.2:5).

A OBRA DA SALVAÇÃO

A OBRA DA SALVAÇÃO
A cruz de Cristo é a mais eloquente expressão do amor de Deus por nós. Deus nos ama, e Ele revelou essa verdade na cruz do seu Filho. Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores. Foi numa rude cruz que o Filho de Deus, o Cordeiro de Deus, se sacrificou por toda a humanidade, para que todo aquele que nele crer tenha a Salvação.

A Cruz foi o gesto mais profundo do sacrifício de Cristo. Jesus Cristo deixou a glória, o trono, esvaziou-se, tornou-se homem, servo, foi perseguido, preso, açoitado, cuspido, pregado na cruz. Sendo Deus, se fez homem; sendo o Senhor, se fez servo; sendo Santo, se fez pecado; sendo Bendito, se fez maldição; sendo o Autor da vida, deu a Sua vida. Cristo veio para morrer; Ele foi morto desde a fundação do mundo; Ele nasceu para ser o nosso substituto, representante e fiador.

A Cruz, portanto, não foi um acidente na vida de Cristo, mas um apontamento de Deus desde a eternidade. Cristo não foi para a cruz pela trama dos judeus, pela traição de Judas, pela maldade de Anás e Caifás, pela covardia de Pilatos, pela gritaria insana dos judeus, pela crueldade dos soldados, não! Ele foi à cruz por um plano eterno do Pai; Ele sabia que estava indo para a cruz; Ele jamais recuou da cruz.

Quem levou Jesus à Cruz?  Isaias 53 responde prontamente esta pergunta.

-  Os nossos pecados levaram Jesus à cruz. O que matou Jesus não foram os açoites, nem os soldados, nem o suplício da cruz, fomos nós, os nossos pecados. Ele morreu pelos nossos pecados. Ele foi moído pelos nossos pecados. Na cruz Ele sorveu o cálice da ira de Deus sobre o pecado. Na cruz Ele foi feito pecado por nós. A espada da lei caiu sobre Ele, pois era o nosso substituto.

“Verdadeiramente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e, pelas suas pisaduras, fomos sarados” (Is.53:4,5).

- O Pai levou seu Filho à Cruz. Jesus não foi à cruz porque a multidão sanguissedenta gritou: “crucifica-o, crucifica-o”. Ele não foi à cruz porque os sacerdotes o entregaram, por inveja; Ele não foi à cruz porque Judas o traiu, por ganância; Ele não foi à cruz porque Pilatos o sentenciou por covardia e os soldados o pregaram na cruz por crueldade; Ele foi à cruz porque o Pai o entregou por amor.

 “O Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós” (Is.53:6). “Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar” (Is.53:10)

- Jesus voluntariamente foi à Cruz. Jesus marchou à Cruz como um rei caminha para a coroação. Segundo o texto de Isaias, Jesus voluntariamente se entregou por nós à Cruz - “Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si” (Is.53:4); “Quando der ele a sua alma como oferta pelo pecado” (Is.53:10); “O seu servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si” (Is.53:11).

O Filho de Deus já havia se disposto a sacrificar-se pelo homem antes mesmo de toda Criação (Ap.13:8). E não foi uma decisão obrigada, mas voluntária, e havia assumido todas as consequências dessa decisão, inclusive a sua morte na cruz. Deus não teria criado o mundo, bem como o homem, se não tivesse incluído dentro do plano da criação, um plano de salvação. É nesse sentido que as Escrituras afirmam a existência de um plano salvador antes da fundação do mundo (Ef.1:4-11; 3:10; At.4:28; 2Tm.1:9; 1Pd.1:19). E este plano salvador se constituía em um mistério que seria revelado em tempo oportuno, e desde a eternidade estava oculto em Deus (Rm.16:25; Ef.3:9; Cl.1:26). Sempre foi do plano de Deus que o homem estivesse eternamente em comunhão com Ele. Dessa forma podemos dizer que a obra da Salvação já havia sido planejada de antemão e foi anunciada aos homens por meio da promessa da vinda do Messias Salvador, descrito nas Escrituras. Como prometido e planejado, Ele veio como o Unigênito do Pai.

- Jesus se entregou voluntariamente à Cruz e morreu sobre ela, mas venceu a morte.Ele tirou o aguilhão da morte, Ele matou a morte. A morte agora não tem a última palavra. Tragada foi a morte pela vitória.

- Jesus se entregou voluntariamente à Cruz, foi morto, mas ressuscitou. Ele está vivo. Ele venceu a morte. Ele rompeu os grilhões da morte. Ele conquistou para nós imortalidade. Portanto, a Cruz não é um sinal de derrota, e sim o maior sinal de vitória. Aleluia!

A Obra da Salvação, portanto, somente se consumou porque o Filho deu a Sua vida pela humanidade (João 10:15-18). A Salvação foi consumada na cruz do Calvário, quando Jesus morreu por nós (João 19:30; Cl.1:20; Ef.2:13,16). O homem não poderia, por si só, alcançar meios para restaurar a sua comunhão original com o seu Criador. Deus, pelo seu grande amor, providenciou um plano para trazer o homem de volta ao convívio com Ele. Este plano de Deus para a Salvação do homem, revelado à humanidade no momento mesmo da aplicação da penalidade pela prática do pecado, foi sendo executado desde então.

- O primeiro ato de Deus após a entrada do pecado no mundo foi imolar um animal, derramar seu sangue e com a pele providenciar vestes para o primeiro casal (Gn.3:21). Sangue fala do meio para a Redenção e vestes falam dos resultados, isto é, o usufruto da salvação (cf. Is.61:10; Jó 29:14; Ap.19:8; 3:18).

- O segundo ato deste plano foi a proibição de o homem ter acesso à árvore da vida por causa do pecado (Gn.3:22), acompanhado da expulsão do Éden (Gn.3:23). Como o salário do pecado é a morte (Rm.6:23), assim que o homem desobedeceu a Deus, morreu espiritualmente, ou seja, ficou sem comunhão com o Senhor, exatamente como Deus lhe havia falado (Gn.2:16,17). Estava, pois,arriscado a ficar eternamente separado de Deus, mas o Senhor, na sua infinita misericórdia, não o permitiu, impedindo que esta situação de morte adentrasse, de imediato, para o âmbito da eternidade (como ocorrera com os anjos rebeldes), impedindo o acesso do homem à árvore da vida e o expulsando do jardim do Éden.

Com estas medidas, Deus impediu que o homem, a exemplo dos anjos pecadores, vivesse numa dimensão eterna, condenado à inevitável e sempiterna separação de Deus, possibilitando ao homem que, mediante o arrependimento enquanto estivesse na dimensão terrena, pudesse desfrutar de uma eternidade com o Senhor. A partir de então, o Senhor iniciou a execução de seuplano que alcançou o seu ápice quando da própria encarnação do Deus Filho, momento que as Escrituras denominam de “a plenitude dos tempos” (Gl.4:4), instante em que Deus cumpre a sua promessa de providenciar, da semente da mulher, o único e suficiente Salvador, Jesus, o seu próprio Filho (Mt.1:21; Lc.2:11; Jo.3:16,17; At.4:12). Eis a razão pela qual a Bíblia, mais de uma vez, diz que Deus é o Deus da nossa salvação (1Cr.16:35; Sl.24:5; 51:14), bem como que a Salvação provém dEle (Sl.3:8; 37:39; 62:1). Mas, precisamente porque a Salvação tem origem em Deus, podemos buscá-la e ter a certeza de que seus efeitos são permanentes e duradouros, pois, como qualquer outra obra do Senhor, a Salvação apresenta algumas características que demonstram a sua sublimidade e grandeza.

- A Salvação, por ter origem em Deus, é boa. Tudo quanto Deus fez é muito bom (Gn.1:31), e a Salvação não é exceção. A Salvação é boa porque demonstra a bondade e misericórdia de Deus para com o homem. Porque a salvação é boa, quando a conquistamos, somos separados do mal e passamos a fazer o bem (Mt.5:16; Rm.12:9-21; Gl.5:22; Ef.4:20-32).

- A Salvação, por ter origem em Deus, é eterna (Is.45:17; Hb.5:9). Deus é eterno e tudo quanto faz é, também, eterno e a Salvação não é exceção. A Salvação permite ao homem que, tendo seus pecados perdoados, passe a desfrutar de uma nova comunhão com Deus, uma comunhão que é eterna, e, por isso mesmo, é chamada pela Bíblia de “vida eterna” (João 3:16; 1João 2:25).

- A Salvação, por ter origem em Deus, é perfeita (Tg.1:17). A Salvação veio do alto, foi-nos dada por Deus e, por isso, é perfeita. A Salvação é tão perfeita que Jesus tirou o pecado do mundo (João 1:29), resolvendo, com o Seu sacrifício na Cruz, a questão que atormentava a humanidade desde a queda no jardim do Éden, de uma só vez, removendo os pecados e permitindo restabelecer a comunhão com Deus (Ef.2:13-16; Hb.9:26-28).

- A Salvação, por ter origem em Deus, é única (At.4:12). A Salvação é obra do único Deus, do Deus imutável, e, portanto, só pode haver uma forma de Salvação, um meio de Salvação, que é através de Jesus Cristo. Não existe outro modo de alcançarmos a Salvação a não ser pela fé em Cristo, pela aceitação do Seu único sacrifício.

- A Salvação, por ter origem em Deus, é um ato de amor (João 3:16). A Salvação é a maior demonstração do amor de Deus ao homem. Através da salvação, Deus revela o seu grande amor para com o homem, este amor incondicional e incompreensível, que se encontra muito além do nosso entendimento. Deus nos ama tanto que Se fez homem para pagar o preço dos nossos pecados e nos salvar, para que vivamos com Ele eternamente.

- A Salvação, por ter origem em Deus, é uma manifestação da graça de Deus (Tt.2:11). Deus, por intermédio da Salvação, mostra que oferece ao homem um “favor imerecido”, a “graça”. A Salvação não vem ao homem porque o homem a mereça (e reside aqui uma das grandes dificuldades dos homens em compreenderem a Salvação, pois sempre associam a Salvação a algum mérito, o que, evidentemente, está completamente fora dos padrões bíblicos e da revelação divina sobre o assunto), mas porque Deus quis favorecer o homem, por ser um Deus de graça, manifestada em Jesus Cristo (1Co.1:4).

- A Salvação, por ter origem em Deus, é um ato de justiça (Sl.65:5; 78:21,22; 98:2). Deus é justo (Ex.9:27) e, por isso, a Salvação é, também, a manifestação da Sua justiça. Por isso, a Salvação se fez mediante a morte de Cristo na cruz do Calvário, para pagar o preço da justiça divina, pois não há perdão sem derramamento de sangue (Hb.9:22) e o salário do pecado é a morte, de forma que se fazia necessário um sacrifício para o perdão de todos os pecados. Também, como a Salvação é um ato de justiça, não há como escapar da ira divina se não se atentar para esta tão grande Salvação (Hb.2:1-4). Só os que alcançarem a Salvação estarão livres da ira de Deus (Sl.85:4).

Há uma tendência atual de afirmar que, no final das contas, Deus, em sua graça, salvará a todos os perdidos, mesmo aqueles que jamais responderam (e mesmo rejeitaram) o sacrifício de Cristo. Essa perspectiva teológica, bastante cultivada atualmente, denomina-se de “universalismo”. Esse ensinamento é totalmente falso. O arrependimento sempre foi e continuará sendo uma prerrogativa àqueles que querem ser salvos. Veja os seguintes trechos bíblicos que comprovam tal fato:

Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado”(Mc.16.16);

“Responderam eles: Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa”(At.16.31);

“Pedro então lhes respondeu: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para remissão de vossos pecados”(At.2:38);

“Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, de sorte que venham os tempos de refrigério, da presença do Senhor”(At.3:19).

Uma outra abordagem teológica, muito citada nos arraiais teológicos, em relação à Salvação, é a de que Deus teria elegido apenas alguns poucos. Muitos homens de Deus têm se deixado levar por este ensino, que consideramos errado, à luz da Bíblia Sagrada. Baseados em versículos bíblicos isolados, alguns seguidores da predestinação, transformam a decisão humana, diante do chamado divino à Salvação, em mera ilusão. A revelação bíblica, no seu contexto geral, conclama o ser humano, constantemente, a responder ao chamado divino, deixando claro que o Senhor deseja que todos se arrependam. Veja alguns trechos bíblicos sobre isso:

Mas, a todos quantos o receberam, aos que creem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus”(João 1:12,13).

“O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; porém é longânimo para convosco, não querendo que ninguém se perca, senão que todos venham a arrepender-se”(2Pd.3:9).

A Salvação é pela graça, pois é um favor imerecido (Ef.2:8), mas exige de cada um a aceitação de Jesus como Senhor e Salvador, o que requer uma atenção constante, sem o que não haverá como escaparmos da condenação (Hb.2:3) - “como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos, depois, confirmada pelos que a ouviram”.

O Senhor escolheu salvar o homem, mesmo sabendo que ele haveria de pecar, e previamente determinou que todos aqueles que crerem em Cristo serão salvos e os que não o crerem serão condenados. A Salvação é para todos os homens (Is.55:1; Tt.2:11), sem qualquer distinção, tanto que o primeiro casal foi expulso do Éden e impedido de tomar da árvore da vida para que toda a humanidade tivesse a mesma oportunidade de Salvação, até porque Deus é imparcial e não faz acepção de pessoas (cf. Dt.10:17; At.10:34), mas, já antes mesmo da fundação do mundo, o Senhor estipulou condições para que tal Salvação se desse, mas nem por isso deixou de querer que todos os homens se salvem (1Tm.2:4).

A Salvação é condicional e, portanto, não tendo havido cumprimento da condição, haverá, sim, a condenação eterna. Quem somos nós, vasos de barro, verdadeiros cacos, para querer discutir ou dizer o que deve fazer o oleiro, ainda mais quando ele já nos disse o que fará? Portanto, amados irmãos, glorificando a Deus por nos ter dado esta oportunidade imerecida de salvação, cumpramos a nossa parte, aceitando a Cristo como Senhor e Salvador, renunciando a nós mesmos, tomando a nossa cruz e seguindo ao Senhor Jesus (Mt.16:24), para que alcancemos a glorificação, tornando, assim, realidade em nossas vidas, esta maravilhosa promessa.

Quando do Arrebatamento da Igreja, aqueles que dormiram no Senhor, ou seja, mantiveram-se em santidade até o instante de sua morte física, ressuscitarão primeiro e receberão um corpo glorioso. Os que estiverem vivos naquela oportunidade serão transformados e, assim, todos atingirão o estágio final da Salvação: a glorificação (1Co.15:51-57). Por isso as Escrituras nos dizem que Cristo é as primícias dos salvos (1Co.15:20), pois foi o primeiro a ressuscitar e a receber a glorificação que nós também receberemos naquele grande Dia (1Co.15:23). Entretanto, para alcançarmos a glorificação é mister que nos mantenhamos em santidade, que permaneçamos separados do pecado, que nos santifiquemos cada momento. O próprio apóstolo João, ao falar do que nos aguarda, foi incisivo ao dizer que quem tem esta esperança deve purificar-se a si mesmo (1João 3:3).